Editorial | Igreja, Ministério e Missão

Dar início a uma nova revista, a despeito de qual seja sua natureza, demanda antes de tudo uma reflexão a respeito de seu lugar e propósitos: por que iniciar um novo espaço para publicações (em nosso caso, na área de teologia/missiologia)? Que contributos especiais ele tem a trazer, a partir desse lugar no qual se coloca? Como se insere e se distingue no já saturado panorama editorial de revistas online de sua área específica? Todas estas são perguntas importantes e que devem ser respondidas a seu tempo. Nesse momento, porém, estamos mais interessados na pergunta: qual é a sua missão?

Assim definimos nossa missão: a Revista Práxis Missional visa contribuir com a prática cotidiana da missio Dei (missão de Deus) e dos múltiplos ministérios do povo de Deus, priorizando temas relacionados à Teologia Prática (em suas vertentes missional e pastoral), em sua vocação de construir pontes entre uma teologia bíblica e contextual, mais formalmente elaborada, e a prática missionária e ministerial da Igreja e dos cristãos. Prioriza ainda o diálogo com abordagens que reflitam de modo prático sobre problemáticas que envolvem a vida da igreja brasileira e latino-americana.

Em outras palavras, a missão da Práxis Missional é uma extensão da missão que a Faculdade Teológica Sul Americana (que a auspicia) vem realizando em seus quase 25 anos de história na educação teológica, na intenção de preparar vidas para servir o reino de Deus. O que queremos agora é tornar nossa identidade e práxis cada vez mais públicas – ou, pelo menos, expandir o alcance do que já temos feito e produzido – através da pesquisa e produção de nossos docentes e discentes, além de colaboradores de outras instituições, que estão convidados a submeter seus artigos dentro dos parâmetros que você encontrará em nossa página na guia ‘Enviar artigos’.

Nossa missão também define nosso foco, escopo de atuação, perfil teológico e o tipo de contribuições que estamos interessados em publicar aqui. Esse número inaugural, intitulado Igreja, Ministério e Missão, é, nesse sentido, emblemático. Retrata, de certo modo, um tripé que constitui não somente a ênfase dos cursos que têm sido ofertados pela FTSA, como também da pesquisa e produção de seus/suas docentes. Isso fica evidente já no artigo de abertura, escrito pelos membros do NDE (Núcleo Docente Estruturante) da faculdade, sobre a “Identidade Teológica da FTSA”. Nele, seus autores tratam das cinco características que compõem e denotam essa identidade, a saber: bíblica, missional, contextual, ministerial e transformadora. A FTSA quer, por meio dessa declaração, afirmar publicamente a identidade que vem sendo construída em sua história até aqui.

Os demais artigos não fogem à tônica. Jorge Henrique Barro fala sobre a “Igreja missional” e sua constante busca de envolvimento com a missão de Deus no mundo; ressalta, portanto, a identidade bíblica da Igreja de Cristo. Marcos Orison, por sua vez, lança seu olhar sobre o ministério de Jesus e os encontros (transculturais) que podemos perceber nos evangelhos; ressalta a habilidade de Jesus de quebrar muros e atravessar fronteiras. Vanessa Carvalho explora um problema prático que muitas pessoas enfrentam hoje e que, assim, precisa ser tratado com seriedade, e não diferente no ministério cristão: a síndrome de burnout e a depressão, através do caso de uma esposa de pastor. Jonathan Menezes finaliza o número com uma reflexão sobre vocação, missão e a busca por uma espiritualidade frágil num mundo (religioso) que valoriza tanto a pujança, a performance e as aparências. Como redescobrir nossa vocação original e humana no meio disso?

Esperamos que você leia, medite, seja edificado(a) pela nossa Práxis Missional, e compartilhe como e com quem você quiser e puder, para que esta reflexão chegue à vida da Igreja.

 

Jonathan Menezes
Editor-chefe